Política

Eleitores enfrentam confusão após mudanças de zonas e seções eleitorais em SP

Na região central de São Paulo, eleitores enfrentam dificuldades para descobrir o local correto de votação na manhã deste domingo (6). O motivo é a redistribuição das zonas e seções eleitorais, que alterou o número das sessões de vários eleitores.

Em frente às Faculdades Oswaldo Cruz, na Barra Funda, dezenas de pessoas formavam filas para receber a orientação de voluntários da Justiça Eleitoral, e vários reclamavam da confusão gerada pela mudança.

A maioria só descobriu que o endereço do local de votação mudou ao chegar ali. O local é um dos maiores colégios eleitorais da capital.

Foi o caso do assistente administrativo Rafael Machado, 68, que teve sua zona eleitoral alterada pela primeira vez em mais de 30 anos. Ele foi direcionado a uma escola estadual a três quarteirões de distância.

“Minha vida toda votei aqui, desde sempre. Mas a orientação [dos voluntários] está funcionando”, disse Machado. “Paciência, acontece.”

À medida que aumentava o fluxo de eleitores, por volta das 11h, outras pessoas perdiam a paciência. Um cartaz com uma tabela informando o número das novas zonas eleitorais foi posicionado em frente à faculdade, mas algumas pessoas reclamavam que o painel causava mais confusão.

O cartaz informa que os eleitores de 49 zonas eleitorais agora fazem parte da 3ª Zona Eleitoral, no bairro de Santa Ifigênia. O local de votação, porém, permanece na Barra Funda, o que não foi esclarecido no informe.

“A gente vem aqui para nada”, reclamou o técnico de eletrônica Felipe Sartori, 29.

Só quem buscava orientação com os servidores descobria que o local de votação permanecia ali, e não no bairro de Santa Ifigênia. Só os funcionários poderiam informar também o bloco do prédio e andar da seção eleitoral.

“Estou indo de um lado para o outro aqui, ainda não achei minha seção”, disse a aposentada Izabel da Silva. Alguns eleitores mais velhos reclamavam de terem sido transferidos para salas nos andares mais altos dos prédios, que só estão acessíveis por meio de escada.

Em entrevista coletiva na manhã deste domingo, o presidente do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), desembargador Silmar Fernandes, disse que tudo corria na “mais perfeita ordem” e que não havia nenhum registro de “ocorrência de relevo”.

O candidato a vice-prefeito pela chapa encabeçada por José Luiz Datena (PSDB), José Aníbal, também relatou dificuldades para votar. “Passei por dois colégios e tive de ir a quatro sessões, foi quase uma hora e ninguém conseguia resolver.”

Quando chegou ao colégio eleitoral em que vota há 20 anos, José Aníbal afirmou ter recebido a informação de que precisava ir a outro local, a cerca de quatro ou cinco quarteirões. Segundo ele, não houve qualquer notificação anterior da Justiça Eleitoral. “A mesária falou que era pertinho, mas para quem tem alguma dificuldade de mobilidade não é simples assim.”

Nas Faculdades Oswaldo Cruz, quem precisava justificar voto era orientado a voltar para casa e fazer o procedimento por meio do aplicativo e-Título. Essa foi uma orientação da administração desse colégio eleitoral, segundo voluntários que conversaram com a reportagem, mas não ocorre em outros locais.

A três quarteirões de distância, na Escola Estadual Alarico Silveira, era possível justificar o voto presencialmente, por exemplo.

A Justiça Eleitoral diz, em nota publicada em seu site oficial, que “o objetivo da redistribuição do eleitorado é combinar economia de custos com eficiência na prestação de serviços às cidadãs e aos cidadãos”.

Folha de São Paulo

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