Economia

‘Alta dos juros não é baseada em números de curto prazo’, diz Campos Neto

Presidente do BC nega discussão por alta maior no encontro. Questionado sobre uma eventual elevação de 0,5% ponto percentual da taxa Selic na semana passada, Campos Neto garantiu que a magnitude não foi considerada e reforça que todas as ponderações são incluídas na ata das reuniões.”Se algum grupo tivesse considerado uma alta de 0,5 ponto percentual, a gente teria escrito na ata.”, disse ele.

Ele reconheceu discordâncias com o mercado financeiro. Para Campos Neto, as decisões do Copom olham para as projeções de crescimento, o hiato do produto e o que está espelhado na curva de juros. “Em alguns momentos pode ter uma incoerência entre uma coisa e outra, uma trajetória e outra, e cabe a nós explicar porque entendemos que isso não acontece”, observa.

Campos Neto deixa em aberto as próximas definições da Selic. Ele destaca que as decisões serão tomadas com base nos próximos números da economia. “Tem alguns elementos que geram incertezas”, pondera. “A gente precisa de mais dados e mais tempo para entender como isso vai se dar mais para a frente”, complementa.

Retomada do ciclo de altas não representa a correção de erros do passado, avalia Campos Neto. Prestes a deixar o comando do BC, ele ressalta que as decisões monetárias são mais sensíveis em países emergentes e precisam ser revistas mais esporadicamente. “[Ao definir os juros] A gente considera que naquele momento, com as informações que se tinha, era o curso a ser seguido, mas ao longo do curso você pode dizer que aqueles dados não trouxeram a verdade”, explica ao garantir o compromisso com a transparência em busca do “menor custo para a sociedade”.

Debate considera a Selic como ferramenta para conter a inflação. Principal instrumento de política monetária para limitar os preços, a taxa básica de juros determina o consumo das famílias e tende a elevar a inflação ao ser reduzida. Quando a Selic sobe, os investimentos ficam mais atrativos e o menor volume de compras abre caminho para uma inflação menor.

Revisão do PIB

Banco Central elevou a expectativa de alta do PIB em 2024. A atualização prevê um avanço de 3,2% da economia neste ano. Diogo Guillen, diretor de política econômica do BC, avalia que a revisão considera o crescimento econômico acima das expectativas no segundo trimestre.

Matéria: UOL Economia

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