Economia

Apesar de deflação em agosto, BC deve aumentar Selic neste mês

Expectativa é de que Selic chegue a 11,25% ao ano até dezembro. O dado, do boletim Focus, mostra um aumento de 0,75 ponto percentual, já que a estimativa anterior era de que a taxa se manteria inalterada em 10,5% ao ano.

Decisão do Copom

Inflação de agosto é importante, mas não deve ser indicador principal. Especialistas ouvidos pelo UOL dizem que o Copom deve analisar diversos indicadores, como outros dados de inflação que saíram (IPCA de julho e IPCA-15, por exemplo), o PIB e o desemprego no país. Para eles, um resultado isolado só teria a capacidade de mudar o conceito do BC se viesse muito diferente das expectativas — o que não aconteceu.

Resultado do IPCA deve ter influência pequena no Copom desta semana. André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/IBRE, afirma que o dado de agosto ainda não prevê algumas questões preocupantes para a inflação, como aumento da conta de luz (que deve ser precificada apenas em setembro).

Temos o mercado de trabalho aquecido, um crescimento além do esperado do PIB, e projeções ainda mais otimistas de continuidade de crescimento. Tivemos desvalorização cambial expressiva, que se sustenta, e ainda temos uma incerteza fiscal grande. Existem situações que são mais favoráveis a um cenário de maior persistência da inflação do que o contrário.
André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre

Mesmo com a deflação, outros indicadores mostram que a inflação deve ser mais persistente. Em agosto, por exemplo, o IPCA teve deflação puxado pela queda na conta de luz. Para setembro, há expectativa de aumento nas contas, já que a Aneel determinou a mudança para a bandeira tarifária vermelha 1, uma das mais caras.

Matéria: UOL Economia

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