Economia

Dólar acelera ganhos com atenção para eleição nos EUA e falas de Lula

O dólar opera com expressiva alta perante o real nesta quarta-feira (17), em linha com a força da divisa norte-americana em mercados emergentes, à medida que investidores continuam atentos às eleições nos Estados Unidos, mas também de olho no noticiário político doméstico.

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Na véspera, ruídos em torno de uma entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxeram volatilidade aos negócios. Lula falou ontem, em entrevista à TV Record na terça-feira, que precisa ser convencido sobre eventual necessidade de cortar despesas para respeitar o arcabouço, dizendo que não haveria problema se o déficit fiscal ficasse em 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que impulsionou o dólar. Posteriormente, contudo, a divisa americana passou a cair, fechando em baixa.

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Já nesta quarta, o presidente disse que a dívida social do Brasil é “impagável” e questionou qual foi o custo de o país não ter tomado medidas sociais, como para melhoria da educação e de reforma agrária, no tempo certo. Ele também reclamou que sempre que o governo decide realizar algum programa surgem artigos em jornais apontando que o governo está gastando.

Qual a cotação do dólar hoje?

Às 14h05, o dólar à vista subia 0,94%, a R$ 5,480 na compra e R$ 5,480 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 tinha alta de 0,97%, a 5.4865 pontos.

Na terça-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4293 na venda, em queda de 0,28%.

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Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,480
  • Venda: R$ 5,480

Dólar turismo

O que acontece com o dólar hoje?

O dólar subia ante o real nesta quarta-feira, em linha com a força da divisa norte-americana em mercados emergentes, e compensava as perdas da véspera, em meio a preocupações de investidores com a futura política comercial dos Estados Unidos e com as contas públicas brasileiras.

Nesta manhã, a moeda norte-americana acumulava ganhos em uma série de mercados emergentes, incluindo o Brasil, com destaque para as altas em relação ao rand sul-africano ao peso mexicano.

Nos mercados globais, a expectativa por uma política comercial mais restritiva nos EUA tem crescido, conforme aumentaram as apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial de novembro, o que afeta o apetite por risco.

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Na segunda-feira, o candidato republicano confirmou o senador J.D. Vance como companheiro de chapa, reforçando expectativas de que a política comercial e externa dos EUA em um novo mandato de Trump será marcada por forte protecionismo.

Reiterando declarações anteriores, Vance disse em entrevista no dia de sua nomeação que vê a China como a “maior ameaça” aos EUA no momento. O país asiático sempre foi alvo de Trump em seus discursos, com ameaças frequentes de imposição de tarifas sobre a segunda maior economia do mundo.

Contribuindo para as preocupações, reportagem da Bloomberg News que relatou que o governo do presidente Joe Biden está considerando novas restrições para afetar a indústria chinesa de chips, mostrando que os EUA devem apertar a política comercial mesmo com a reeleição do democrata.

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No exterior, ainda era destaque a queda nos preços futuros do minério de ferro, com o contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China atingindo o menor valor em quase três semanas, a 805 iuanes (110,78 dólares), o que afeta países exportadores de commodities.

No cenário nacional, a retomada das preocupações com o ajuste fiscal no Brasil também pressionava o real, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar na véspera que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer”.

“Alguns reflexos (da entrevista de Lula) podem vir de ainda alguma insegurança com o arcabouço fiscal… Lula deixou margem para a interpretação de que a flexibilidade que ele espera pode ser maior do que o mercado está disposto a tomar”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

Com esses elementos, o desempenho da moeda norte-americana no Brasil ia na contramão de sua fraqueza em economias avançadas, em meio a expectativa de início de um ciclo de afrouxamento monetário no Federal Reserve.

Operadores estão precificando um corte de juros já em setembro, com a possibilidade de até outros dois cortes até o fim do ano, à medida que os EUA vêm apresentando dados mais moderados na inflação, reforçando a trajetória de volta à meta de 2% do Fed.

(com Reuters)

Infomoney

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