Economia

Felipe Salto: Seca não pode servir de argumento para BC aumentar juros

Não há como escapar do efeito sobre o preço. Mas quanto vai ser? Em um primeiro ponto, é difícil estimar isso. Segundo, o Banco Central não tem nada a ver com essa história no sentido de que não tem como usar o argumento de ‘vamos aumentar o juros’ porque tem uma pressão pelo lado da oferta. Seria uma esquisitice.
Felipe Salto, colunista do UOL

Salto salienta que, mesmo que tenha seca agora, as projeções do mercado para a inflação do próximo triênio apontam redução. Ele também ressalta que a seca não serve de argumento para o BC aumentar a taxa básica de juros.

Claro, você pode argumentar que a massa salarial está crescendo muito rápido, o desemprego está muito baixo e, por isso, os salários estão pressionados. Mas quando a gente olha as expectativas de inflação (…) neste ano, o mercado projeta 4,3% de inflação e para o fim do ano que vem 3,9% e de 2026 de 3,6%.
Felipe Salto, colunista do UOL

Então, não me parece que aqueles que fazem projeções, nós aqui incluídos, estão enxergando um cenário de descontrole inflacionário. Agora, esses eventos pontuais com os efeitos dos preços sobre a seca, têm que ser considerados e tratados com os instrumentos que são adequados. E não com o aumento da taxa de juros. Claro, outros fatores condicionantes podem levar o BC a decidir em uma direção de começar a elevar a Selic. (…) Mas para aqueles que já estão querendo incentivar esse tipo de decisão [de aumentar os juros], fica parecendo que todo argumento serve. Esse [da seca] não serve.
Felipe Salto, colunista do UOL

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Matéria: UOL Economia

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