Política

Lula diz que União Europeia ameaça colocar queimadas na mesa de negociação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (8) quem inicia incêndios florestais, argumentando que esses atos acabam prejudicando “empresários sérios” do agronegócio.

Lula também afirmou que a União Europeia está ameaçando incluir as queimadas na mesa de negociação do acordo entre Mercosul e o bloco europeu. E ainda rebateu afirmando que os brasileiros preservaram mais o meio ambiente do que a Europa ao longo de sua história.

“Eu, quando ouvi a companheira da cooperativa falar aqui, e depois de um monte de empresário falando, eu fiquei pensando: ‘por que não é possível a convivência democrática entre os pequenos produtores e o agronegócio? Por que temos que ser inimigos? Por que alguém tem que fazer queimada que vai prejudicar os empresários sérios do país?”, afirmou o presidente.

“Quem for sério sabe que está sendo prejudicado por alguém irresponsável que resolve fazer fogueira com a floresta para matar nossa fauna. E todos vocês sabem que a União Europeia está ameaçando a gente que vai colocar queimada na mesa de negociação, e estamos dizendo ‘não coloque porque estamos preservando mais do que vocês em qualquer outro momento da história””, completou.

As declarações foram dadas durante cerimônia de sanção da lei do combustível do futuro, na Base Aérea de Brasíia

O presidente não detalhou como essas ameaças estariam sendo feitas. Um dos motivos de preocupação do governo brasileiro é o início da aplicação da sua lei antidesmatamento. No início deste mês, após apelos do Brasil e de outros países produtores de commodities agrícolas, a Comissão Europeia propôs adiar o início da aplicação dessa legislação.

A proposta do órgão europeu é que a norma ganhe ao menos mais um ano de carência. A decisão, contudo, ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu.

Aprovada pela União Europeia em 2023, a norma proíbe que países do bloco importem produtos provenientes de áreas que foram desmatadas após dezembro de 2020 e estava prevista para começar a valer em 30 de dezembro deste ano.

A lei incide sobre café, soja, óleo de palma, madeira, couro, carne bovina, cacau e borracha. Segundo estimativas do governo federal, a medida pode afetar afetar 34% das exportações brasileiras para a Europa.

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Folha de São Paulo

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