Economia

O tamanho da derrota do governo no Congresso com a MP de PIS/Cofins

Os articuladores do governo no Senado não conseguiram convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a aceitar a proposta de Lula de revogar os trechos da MP, e tiveram que acatar a decisão da devolução, que tem um simbolismo político maior.

Após o desfecho, que saiu do roteiro que vinha sendo executado em pautas econômicas, a forma como o governo vai reagir a esse episódio será crucial para a segunda metade do governo Lula 3, com impactos na eleição presidencial de 2026. O resultado deve ser lido como um sinal de alerta de que a gestão precisa de um freio de arrumação.

O governo já vinha sofrendo derrotas no parlamento nas pautas de costumes, mas colhia vitórias importantes nas pautas econômicas, especialmente em 2023, apesar de já ter um diagnóstico de que havia problemas na articulação entre o governo e o parlamento.

A devolução de parte da MP dos créditos de PIS/Cofins mostra um desgaste da agenda Haddad de ajuste pelo lado das receitas, e aumenta a cobrança de ajuste pelo lado dos gastos. O problema é que Lula e o seu núcleo duro são resistentes a qualquer corte de gastos. A lição do episódio é: não é bom para um governo deixar o ministro da Fazenda sem apoio.

Por que a estratégia da Fazenda não funcionou desta vez?

A fórmula usada pela Fazenda foi parecida com as medidas provisórias 1185 e 1202 de 2023. Em ambos os casos houve resistências, negociação, mas parte do que foi proposto acabou sendo aprovado. A Fazenda acreditava que ocorreria o mesmo.

Matéria: UOL Economia

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