‘Plenamente de acordo’ com AI-5: qual a ligação de Delfim Netto e ditadura?
Durante a reunião, admitiu-se que o regime seria ditatorial. “Eu também confesso, como o vice-presidente da República, que realmente com este ato nós estamos instituindo uma ditadura. E acho que se ela é necessária, devemos tomar a responsabilidade de fazê-la”, disse Magalhães Pinto, então Ministro das Relações Exteriores.
Ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, foi além: “Eu seria menos cauteloso do que o próprio ministro das Relações Exteriores, quando diz que não sabe se o que restou caracterizaria a nossa ordem jurídica como não sendo ditatorial, eu admitiria que ela é ditatorial. Mas, às favas, senhor presidente, neste momento, todos, todos os escrúpulos de consciência. Delfim Netto, então, apoiou a decisão – e deixou no ar que ainda a considerava branda.
Estou plenamente de acordo com a proposição que está sendo analisada no conselho. E, se você excelência me permitisse, direi mesmo que creio que ela não é suficiente
Delfim Netto, na reunião que instituiu o AI-5
Implementou medidas que desencadearam o “milagre econômico”. No período, a facilidade de empréstimos impulsionou o consumo e a produção de bens duráveis em território nacional, especialmente eletrodomésticos e automóveis.
Economia cresceu, concentração de renda também. As medidas adotadas por Delfim Netto fizeram a economia brasileira crescer cerca de 11% ao ano, mas o período também ficou marcado pelo aumento da concentração de renda no Brasil.
Matéria: UOL Economia