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Preço do almoço fora de casa cresce mais que o salário mínimo nos últimos cinco anos, aponta pesquisa

Estudo da Ticket mostra que o valor médio da refeição aumentou 49%, enquanto o salário mínimo subiu 41% no mesmo período

Uma pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil, revelou que o aumento no preço médio do almoço fora de casa superou o crescimento do salário mínimo nos últimos cinco anos.

O levantamento, que analisou mais de 4,5 mil restaurantes em todo o país, mostra que o valor médio de uma refeição completa – com prato principal, bebida, sobremesa e cafezinho – passou de R$ 34,62 em 2019 para R$ 51,61 em 2024, representando um de 49%.

No mesmo intervalo, o salário mínimo subiu de R$ 998 para R$ 1.412, um aumento de 41%, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O impacto desse aumento é maior para quem recebe um salário mínimo, comprometendo 73% da renda mensal com as refeições de segunda a sexta.

Para quem ganha três salários mínimos, essa porcentagem é de 24%, enquanto quem recebe cinco salários mínimos destina cerca de 15% da renda ao almoço.

Para quem ganha três salários mínimos, essa porcentagem é de 24%, enquanto quem recebe cinco salários mínimos destina cerca de 15% da renda ao almoço.

Natália Ghiotto, Diretora de Produtos da Ticket, destaca que o descompasso entre o preço das refeições e o aumento salarial evidencia a pressão sobre o orçamento dos trabalhadores.

Ela também reforça a importância do benefício de refeição oferecido pelas empresas para garantir o acesso a uma alimentação adequada durante o expediente.

Segundo o estudo, uma pessoa sem vale-refeição gastaria R$ 1.032,23 por mês para almoçar fora de casa cinco dias por semana, considerando um mês com quatro semanas.

Se somarmos o custo médio da cesta básica, estimado pelo DIEESE em R$ 709,28, o valor total atinge R$ 1.741,51, superando em 23% o salário mínimo atual.

Na análise regional, o Sudeste é a região onde as refeições pesam mais no orçamento, comprometendo 77% do salário mínimo.

No outro extremo, as regiões Norte e Centro-Oeste registram os menores impactos, com 64% do salário destinado ao almoço.

Allan Ravagnani
Jornalista com especializações em Finanças, Macroeconomia e Ciência Política. Nas últimas duas décadas trabalhou em veículos como Valor Econômico, Istoé Dinheiro e Folha de S.Paulo

Fonte: Terra

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