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Robô com IA diz se café é bom ou ruim em até 2 minutos

A inteligência artificial chegou até a sua xícara de café. Um robô munido de um software de IA que já está em uso no Brasil é capaz de identificar atributos de uma amostra de café, como doçura, acidez e adstringência, em cerca de 2 minutos.

Com um scanner, a máquina do tamanho de um liquidificador identifica, ainda nos grãos verdes, os defeitos –inclusive os internos e não visuais– e qualidades que aquele produto revelará na xícara.

O robô coleta os dados moleculares de uma amostra e processa essa “impressão digital” do café na nuvem com base em modelos de IA, que são capazes de prever a qualidade dos grãos, perfis de sabor e até recomendar blends.

Cada uma dessas análises dura 10 segundos. Como para averiguar uma amostra de 200g são necessárias de 5 a 7 análises, todo o processo leva cerca de 2 minutos.

Nesta terça (24), dois dos principais coletivos de produtores de café do Brasil, incluindo a Cooxupé, maior cooperativa cafeeira do mundo, assinaram acordos para operar a máquina. Com isso, tanto a Cooxupé quanto a Minasul, outra gigante do setor, utilizarão o equipamento desenvolvido pela startup de Singapura ProfilePrint. O Instituto CNA também assinou o acordo.

O CEO e fundador da ProfilePrint, Alan Lai, rebate as críticas de que o dispositivo seja uma ameaça à profissão de avaliador de café. Ele explica que o robô auxilia no processo, ao dar mais padronização às avaliações.

Embora só agora chegue às mãos de produtores, o robô já tem algumas unidades em operação no Brasil. Exportadores que atuam no país, como a Louis Dreyfus, a Olam e a Sucafina, já usam a tecnologia para escanear os lotes antes de embarcá-los.

Segundo Nicholas Yamada, gerente à frente das operações da ProfilePrint no Brasil, a empresa conversa tanto com outras cooperativas quanto com industriais e torrefadores. A expectativa é que novos contratos sejam firmados para aumentar a quantidade de equipamentos disponíveis no mercado brasileiro.

Além de café, o robô é capaz de fazer a “impressão digital” de vários produtos alimentícios. No Brasil, contudo, os esforços da empresa estão concentrados no setor cafeeiro.

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Folha de São Paulo

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