Notícias

Argentinos se desesperam com o fim da lei de aluguel

Segundo o movimento de moradia Inquilinos Agrupados, um dos mais importantes da Argentina, atualmente só a cidade de Buenos Aires tem 300 mil apartamentos vazios. Já os dados oficiais mais atualizados do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Econômico, Social e Urbano de Buenos Aires apontam que em 2023 a cidade tinha 200 mil imóveis vazios.

Suzana recebe uma aposentadoria de 180 mil pesos (equivalente a R$ 720 no câmbio paralelo) e paga 70 mil pesos de aluguel (aproximadamente R$ 280). Com o fim de seu contrato em fevereiro, ela não sabe onde vai viver. “Vão me desalojar, porque eu não tenho como pagar os preços que estão cobrando. Como vamos viver?”, questiona a aposentada.

Jovem chora ao relatar dificuldades para viver na Argentina e alugar um imóvel Imagem: Amanda Cotrim/UOL

Para o porta-voz do movimento Inquilinos Agrupados, Gervasio Munoz, “sem uma lei de aluguel, a Argentina se tornará o primeiro país no mundo a não ter uma regulamentação sobre moradia”.

Munoz afirmou ao UOL que, desde a revogação da lei de aluguel, o grupo tem recebido milhares de denúncias sobre assédio moral de proprietários, que, segundo ele, fazem uma tortura psicológica para pressionar o morador a aceitar as condições de um contrato que não está mais balizado por uma lei.

A crise imobiliária na Argentina é antiga. Antes de Javier Milei assumir no dia 10 de dezembro, diversas cidades, como Buenos Aires, Rosário e Bariloche, registraram aumento de contratos realizados fora da lei de aluguéis, cobrados em dólar, uma espécie de efeito Airbnb dos contratos.

Matéria: UOL Notícias

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo