Economia

Ecorodovias (ECOR3) dispara mais de 5% após balanço: o que agradou tanto o mercado?

As ações da administradora de rodovias Ecorodovias (ECOR3) operam com forte alta após a divulgação dos resultados trimestrais do segundo trimestre de 2024 (2T24). Na sessão desta quinta-feira (1), os papéis da companhia fecharam com alta de 5,22%, cotados a R$ 7,46, avanço expressivo ainda que longe das máximas do dia.

O Itaú BBA comenta que a companhia relatou números maiores do que o esperado em todos os aspectos, com uma margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) 2 pp (pontos percentuais) maior na base anual, refletindo um aumento contínuo em trechos de rodovias com pedágio recentemente adicionados ao portfólio.

Segundo o BBA, o resultado trimestral foi impulsionado por um desempenho sólido em números de tráfego comparáveis, reajustes de tarifas e a adição de novas praças de pedágio.

Os analistas do banco também parabenizam a ligeira redução da dívida líquida/Ebitda, embora observe que o desembolso de capex deve aumentar nos próximos anos.

Na mesma linha que o BBA, a XP Investimentos avalia o resultado da Ecorodovias como positivo, com destaque para forte receita comparável de rodovias com pedágio devido ao forte crescimento do tráfego e ajustes tarifários, bem como novas concessões.

Além disso, a XP destaca que a empresa continuou sua desalavancagem, apesar do seu perfil de capex ainda elevado (3,3 vezes dívida líquida/Ebitda, ante 3,4 vezes no 1T24).

A Ecorodovias registrou receita líquida de R$ 1,6 bilhão, alta anual de 21%, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 25%, e lucro líquido de R$ 268 milhões, bem acima dos R$ 120 milhões reportados no 2T23 e alta anual de 120%.

A receita líquida de caixa veio em linha com o esperado pelo Bradesco BBI, mas 5% abaixo do consenso, refletindo tráfego de pedágio comparável 8% maior em um ano, impulsionado principalmente por maiores exportações de commodities, beneficiando a Ecovias dos Imigrantes (quecresceu 8%), Eco 050 (10% a mais) e Ecovias do Cerrado (3% a mais), maior produção industrial e aumento da atividade no Porto de São Sebastião favorecendo a Ecopistas (17% maior em base anual), e aumento do tráfego com faixas adicionais no caso da Eco 135 (7% a mais) e Ecovias do Araguaia (4% a mais), e a receita auxiliar caindo 23% em um ano, explicada por alta base comparativa, relacionada ao acordo entre a Eco050 e uma empresa de telecomunicações para uso do direito de passagem no 223.

Já o Ebitda ajustado de R$ 1,1 bilhão ficou ligeiramente acima do esperado pelo BBI e 5% acima do consenso, refletindo uma forte margem Ebitda (Ebitda sobre receita) de rodovias de 75% (avanço de 1,9 pp em um ano).

O lucro líquido de R$ 268 milhões também ficou acima dos R$ 214 milhões previstos pelo BBI e dos R$ 221 milhões do consenso, explicado por um desempenho operacional ligeiramente melhor, despesas financeiras menores, além de uma taxa efetiva de imposto de renda de 43% (diminuindo 2 pp no trimestre).

Após os resultados, o BBI manteve recomendação de compra para Ecorodovias e o preço-alvo de R$ 15,00, com base em: (I) um vasto cronograma de leilões de rodovias; (ii) risco limitado de estouros de orçamento, devido aos preços mais baixos das commodities; e (iii) desempenho operacional forte, que poderia potencialmente se beneficiar da perspectiva de queda nas taxas de juros.

O Itaú BBA também reiterou classificação de compra e preço-alvo de R$ 9.

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