Economia

El-Erian diz que ‘payroll’ forte fecha porta para corte de juros do Fed em julho

Os dados de emprego mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos fecham a porta para um corte de juros do Federal Reserve em julho, segundo o economista e investidor Mohamed El-Erian.

“Este é um relatório realmente forte em termos de demanda por funcionários e em termos de salários“, disse El-Erian, presidente do Queens’ College, em Cambridge, ex-CEO da Pimco e colunista da Bloomberg Opinion, em entrevista à TV Bloomberg nesta sexta-feira (7).

O ritmo de geração de empregos em maio superou as expectativas, com as folhas de pagamento das empresas não-agrícolas apontando para 272 mil novos postos de trabalho, contra 180 mil previstos pelos economistas. A taxa de desemprego dos EUA subiu de 3,9% para 4%, enquanto o crescimento salarial mensal aumentou 0,4%, mais do que o previsto, face aos 0,2% de abril.

“Isso fecha a porta para um corte de juros em julho, independente do que o número de CPI disser na próxima semana”, disse El-Erian, em referência ao índice de preços ao consumidor americano. “Não há como eles cortarem ou sinalizarem um corte em julho com esses dados.”

A taxa sobre o Tesouro americano de dois anos saltou quase 15 pontos-base na esteira do relatório, conhecido como payroll, e o mercado recuou drasticamente nas apostas na flexibilização monetária este ano.

Os juros futuros nos EUA agora só precificam inteiramente um primeiro corte de 0,25 ponto percentual em dezembro, com 60% de chance para setembro e 90% para novembro.

Antes do dado de payroll, o JPMorgan Chase e o Citigroup ainda previam um corte do Fed no mês que vem.

El-Erian espera que o comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve), o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), sinalize apenas um corte este ano e que o presidente da instituição, Jerome Powell, “mantenha o máximo de opcionalidade” e “seu mantra de dependência” dos dados.

Folha de São Paulo

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