Política

Presidente do PV diz que deputado que desengavetou projeto antidelação deveria deixar partido

Presidente do PV, José Luiz Penna diz que o deputado Luciano Amaral (PV-AL), responsável por desengavetar o projeto que proíbe delações premiadas de réus presos, não combina com o partido e pode ser convidado a se retirar.

O projeto de lei foi apresentado em 2016 pelo então deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), em reação à operação Lava Jato.

A retomada do projeto agora, no entanto, surge como um constrangimento ao PT, devido ao entendimento de bolsonaristas de que poderia atingir as delações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e de Ronnie Lessa, que fez revelações sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Penna afirma que esteve com Amaral nesta quinta-feira (6) e que o parlamentar argumentou que se tratava de um projeto do PT —o partido do presidente Lula faz parte de federação com PV e PCdoB.

O presidente da sigla diz que o deputado, líder do PV na Câmara, “minimizou a questão”.

“Acho completamente fora de hora [a retomada do projeto]. Qual é o interesse nisso agora? Sinceramente, acho uma bobagem. Discutir o sistema carcerário brasileiro com profundidade ninguém quer”, afirma Penna.

Ele diz que o PV não tem a expulsão como prática, mas que Amaral “pode ser convidado a se retirar”. A discussão sobre a medida a ser tomada ainda evoluirá no partido, segundo Penna.

Não é a primeira vez que Amaral segue linha contrária à do governo. No ano passado, votou pelo marco temporal para terras indígenas. Mais recentemente, foi favorável à soltura do deputado Chiquinho Brazão, acusado de participar do assassinato de Marielle.

“Nós até já liberamos ele [para sair do partido]. Não sei [por que ele não sai]. É um mistério alagoano”, afirma Penna.

O presidente diz que Amaral “até é uma pessoa de bom trato, mas não faz o nosso estilo. É preciso compreender que as pessoas evoluem. Pelo visto, não é o caso”, conclui.

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Folha de São Paulo

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